Roy Haynes, o lendário baterista que revolucionou o jazz e colaborou com ícones como Charlie Parker, Lester Young e Sarah Vaughan, faleceu na última terça-feira aos 99 anos. A notícia de sua morte foi confirmada por sua filha, Leslie Haynes-Gilmore, ao jornalista Nate Chinen da WRTI.

Haynes era um baterista incomparável, capaz de transformar cada parte de seu instrumento em uma experiência única. Seus toques sutis e variados no ride, os acentos inesperados no bumbo, as pausas precisas e as interrupções ousadas na caixa e o uso clarificador do chimbau mostravam a amplitude do jazz. Cada elemento de sua técnica merecia atenção, mas a verdadeira magia estava em ouvi-los juntos, formando um organismo sonoro complexo e cheio de swing. A forma como ele tocava ia além do técnico, reunindo graça, humor, emoção e vitalidade. Em algumas apresentações, ele saía de trás da bateria e fazia sapateado, integrando a dança ao solo de percussão, destacando-se como a verdadeira alma rítmica do grupo.

Embora Haynes incorporasse novos estilos ao longo da sua carreira, ele mantinha as bases do jazz das décadas de 1940 e 1950 vivas em sua batida, com seu balanço e estilo inconfundíveis. “Só fico feliz quando estou avançando”, disse ele uma vez ao escritor Burt Korall. “Alguns músicos tocam as mesmas músicas da mesma forma todas as noites. Isso é impossível para mim. Meu estilo fundamental pode não mudar, mas sempre acrescentei algo novo.”

Nascido em 13 de março de 1925, Haynes cresceu em uma família de Barbados, no bairro culturalmente diversificado de Roxbury, em Boston, onde conviviam famílias de origens diversas. Seus pais, Gustavus e Edna Haynes, eram músicos amadores; seu pai tocava órgão na igreja e ambos cantavam. Embora tenha iniciado seus estudos musicais no violino, logo descobriu que sua verdadeira paixão era a percussão. Praticamente autodidata, ele começou a tocar tão cedo e com tanta frequência que deixou a escola para se dedicar à música. Fascinado pelo melhor do jazz, ele aprendeu sobre o chimbau com Jo Jones, o baterista da Count Basie Orchestra e uma de suas maiores inspirações, a quem conheceu nos bastidores de um show.

Roy Haynes deixa um legado monumental, marcando a história do jazz com sua habilidade, inovação e uma personalidade que transcende o tempo. Sua influência continuará viva nas gerações futuras, perpetuando seu espírito único na música.

Por/ https://www.npr.org/

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